Lés-a-Lés 2024: animado controlo em Lamas de Olo
O 26º Portugal de Lés-a-Lés 2024 decorreu entre quinta-feira e domingo, com início em Portimão, palanque final em Penafiel e paragens intermédias em Évora e Covilhã.
Valença que, pela altura da fundação do Reino, se chamava Contrasta por ser quase um espelho da galega Tui, do outro lado do Rio Minho. E com este tema como mote, os muitos mototuristas percorreram todas as freguesias verdejantes do concelho, vasculhando locais que a todos espantaram pela singularidade, imponência ou história, mesmo ao lado de uma das principais rotas rodoviárias do país.
“Como é que tantas vezes aqui passei e não conhecia isto?” Frase ouvida várias vezes num evento muito cultural que teve como ponto alto a visita nocturna às muralhas escutando avidamente a historiadora Isilda Manuela. A partir de agora, gostamos muito mais desta Praça-Forte, uma das três de Portugal, a par de Elvas e Almeida. Mas com muitas particularidades. De concepção, de construção e de como foi resistindo a sucessivas guerras com espanhóis e franceses. Uma obra imponente, abaluartada, com 5 quilómetros de muralhas (!) e quase 400 anos. Inexpugnável na altura e onde nos sentimos impotentes perante os pormenores de defesa de cada uma das portas. Nenhum soldado sobrevivia à sucessão de armadilhas.
Mas regressando às motos – e aos omnipresentes rojões que este clube barcelense passeia num tacho quente – a rota começou pela Ecopista do Rio Minho, para sul, dando a conhecer margens bucólicas, pequenos cais de pescadores fluviais, o Caminho de Santiago da Costa, pontes medievais, capelas, ermidas e o Rancho Folclórico de S. Julião.
As 42 motos oriundas de muitos motoclubes nacionais e motociclistas mais independentes iam subindo e descendo quelhos e estradecas entre quadros bem minhotos, de quintas floridas e boa cantaria, riachos frescos, carvalhais, bouças e vinhedos.
E foi no meio das vinhas de que se deu a melhor paragem da manhã, na Adega Edmundo Val, com divertidos anfitriões que nos puseram a mesa em cenário aprazível e com prova do seu Alvarinho. Obrigado!
E a tarde começou com a desconcertante Aldeia dos Moinhos de Bade, conjunto de engenhos recuperados pelo Sr. Jaime, piloto galego reformado que para aqui trouxe as suas mil e uma recordações de viagens por todo o mundo. Aprazível no exterior, uma caverna de Ali Babá nos diversos interiores!
E daí fomos ao sobe e desce pelos antigos conventos do concelho valenciano. Depois do arruinado de Mosteiró, outro que já conheceu melhores dias mas muito mais imponente: o de Sanfins de Friestas. Românico, altivo, entre bons carvalhais e com interessante explicação de historiador. Pelo meio, um mergulho na Cascata da Grova, que refrescou quem quis, numa tarde de 30 graus. Mais o Museu Rural de Taião e as subidas ao Santo Ovídeo, ao antigo Castelo de Fraião e ao Monte de Faro, bem fresco.
Aqui os Moto Galos criaram um momento interessante: todos dactilografaram os seus próprios passaportes em máquina de escrever, documento essencial para o resto da passeata, principalmente no dia seguinte em que rumamos ao estrangeiro!
E foi assim que começou o domingo, pelas ruas do centro histórico de Tui, a caminho da sua catedral com 900 anos e arcos mais recentes no interior a segurar as abóbodas após a estrutura ter sido abalada pelo terramoto de 1755. Pela mesma ponte regressamos a Portugal, a ponte metálica rodo-ferroviária construída em 1885 com buracos nos quatro pilares - dois portugueses e dois espanhóis - para se colocar dinamite caso fosse necessário. Felizmente nunca foi…
E nós é que lá fomos passeando pelas margens do Minho, onde até se evocou a amaragem de emergência do norte-americano Charles Lindberg, uns anos após a sua viagem pioneira transatlântica.
E também se homenageou o amigo do peito de Afonso Henriques, o São Teotónio, primeiro santo português e filho da terra, nascido em 1082. Valença é um mundo!
O banho cultural terminou noutro mosteiro, o de Ganfei, destruído há mil anos pelo árabe Almançor e usado indevidamente há duzentos pelas tropas napoleónicas.
Ufa… Já podemos ir à almoçarada final?
Sim e a confraternização terminou com a atribuição de prémios de um moto-rali turístico de perguntas bastante fáceis o que fez com que 22 equipas terminassem a etapa de domingo com zero pontos (!) a melhor classificação possível nestas passeatas. O sábado desempatou e a solitária e divertida Susana Cardigos do MC Motards do Ocidente saiu da antiga Contrasta toda contente. Os barcelenses Filipe e Filomena e os goienses Rui e Vera seguiram-se no pódio de um excelente evento mototurístico onde todos se enriqueceram. É disto que o povo gosta!
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Ernesto Brochado
Comissão de Mototurismo da FMP
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