Chegou ao fim a edição 2021 do Rali Dakar. Joaquim Rodrigues foi o melhor português nas motas, ficou em 11º lugar. Pedro Sousa fala em “espírito de verdadeiro vencedor”.
O piloto barcelense da Hero Motosports chegou ao fim da mítica prova de todo-o-terreno, na Arábia Saudita, na 11ª posição da geral, apesar de uma penalização de 32 minutos. Ficou a 3:04.24 horas do vencedor, o argentino Kevin Benavides (Honda).
No final da derradeira etapa, que classificou de "dura, longa e com muita navegação", referiu "só pensar em terminar". "Os últimos quilómetros pareceram uma eternidade e, assim que comecei a ver as bandeiras do final, foi um alívio. Cheguei ao fim... foi pelo Paulo [Gonçalves], pela minha família", disse visivelmente emocionado, ao recordar o cunhado, amigo e colega de equipa que perdeu a vida na edição do ano passado.
Nas redes sociais, Joaquim Rodrigues evidencia ter conseguido terminar a prova - o principal objetivo da presente participação - e agradece "a todos a força" que foi recebendo ao longo dos dias.
A participar pela quinta vez consecutiva na prestigiada prova, a edição deste ano foi repleta de emoções fortes, com momentos muito desafiantes e árduos, como na terça-feira, dia em que se completou um ano sobre a morte do malogrado piloto de Esposende.
"Na ligação, as emoções começaram a tomar conta de mim e não sabia se ia conseguir arrancar. Pelo Paulo, disse que tinha que arrancar. Arranquei, mas foi uma batalha muito difícil dentro de mim para chegar ao fim", confessou.
Pedro Sousa, presidente da Moto Galos, considera que o piloto que acompanha o percurso no motociclismo desde menino revela um "espírito de um verdadeiro vencedor, só ao alcance dos grandes atletas e homens".
"Além do excelente resultado que alcançou, conseguiu estar presente e concluir a prova com sucesso, depois do que se passou". "A Moto Galos sente um enorme e natural orgulho por ter no seu seio um associado que leva e honra desta forma o símbolo do clube na maior prova de todo-o-terreno mundial".
Joaquim Rodrigues participou, pela primeira vez, no Rali Dakar, em 2017, conquistando o 10º lugar na geral. No ano seguinte viu-se obrigado a abandonar a competição, devido a uma aparatosa queda, logo no primeiro dia, que implicou duas cirurgias já em Portugal e uma gradual recuperação de cinco meses. Já em 2019, o piloto de Vila Boa foi 17º classificado. Em 2020 desistiu após a morte de Paulo Gonçalves.